quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Cor

ganhar pela cor
como soubesse de cor
são tabuleiros binários - +
por vezes, darling
a gente brinca
e sempre perde alguma coisa

Pontilhismo urbano

uma oração
para que pelo menos
todos os carros
estejam indo
pro lugar
que quisessem

sábado, 28 de novembro de 2015

Cacos

quando se alcança alguma coisa
vez ou outra, em contraparte
tem a perda
mesmo a boba perda financeira
como um sonic perdendo moedas
vai pra frente
e não junta

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Momento mágico

há pouco presenciei
um daqueles momentos mágicos
em que no entardecer de uma praça
uma criança perde o balão
roxo
minha cor - pensei vagamente
em meio a sirenes onipresentes
aquele balão gerou comoção
de tão severo acidente
um dos guris que ali bolavam um
arrematou, solene:
já era, parça
só se ficar preso na árvre
os olhos do mundo naquela goleira
final de campeonato mesmo
não acreditei quando ele, num drible
ameaçou parar justo em cima de mim

e talvez por não acreditar
não parou

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Blood pressures

olhos injetados de manhã
minha droga diária
que perdura em imagens

perde-se a visão
ejetam-se os globos
e fica
é tudo cristalino

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Fabergé

gema preciosa
ovogalinha
às claras, Clarice
encerra o Novo Mundo

Deméritos

colecionando notas
10 que se tornaram notas de posto de gasolina
na carteira cheia
comprando terras e indo bem, grátis
e as filhas estudam fora

sábado, 21 de novembro de 2015

Elementar

marcas de menstruação na parede
dígitos binários
permitem rastrear remetente
destinatário_
sorologia
de um estudo em vermelho

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Toxicity

fumaça de motor
na bola de chicle de bola
estoura e joga a infância na cara

naquele dia mesmo falávamos que na serra nossa boca fazia fumaça sem fumar
os ares das montanhas que os médicos mandavam a gente pegar
reconheço seu valor
mas como é bom estar chegando
respirar São Paulo de antemão
num escapamento qualquer

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

A Noite mora ao lado

como não esperasse nada do início de madrugada
pássaros boêmios fizeram lá suas modas
e logo pra mim e minha espécie de receio deles
fez pensar que era hora de poesia, sim
feito a velhinha do apartamento ao lado
que ontem mesmo, mesmo laureada de prêmios pianísticos
esboçou acordes e melodias tortos

tão tristes



espaçadas



que pensei era o fim

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Hábitos pistas

sei que por aqui passaste
pela maneira brutal de apertar o tubo

bem ao meio

e bem conheces a entropia
nem que eu volte apertando o que resta
até o início
a pasta derramada
não volta atrás

(a camiseta não desbaba)

e atrás de ti continuo indo
pra lembrar da tampa fechar

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

De culpas

perdão por não comparecer
parece que não mas sim
to sim - a(ny)way.
pra alguém sem palavra
até que rendeu
outrossim

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Ring

       se essas estrelas não me batessem
               dos abismos do absurdo
                    estaria estatelado
                         nas cordas
                           no chão
                          na plateia
                            levanta

Sonambulatório

gosto de te ver dormindo
porque sonhas com comidas
com banquetes
e sonhas leve, vejam só
que mesmo rangendo dentes
(ou mastigando?)
não são sonhos torturantes
meus
perturbados

que atravessam meu dia

fora da faixa
e se atropelam
uns aos outros

domingo, 12 de julho de 2015

Fato

feita mão
a manufatura
perdura teu tato

feito atiços
enfeitiço
uma deusa uma doida

perfeita
sob medida

domingo, 24 de maio de 2015

0 - III

timeline é uppercut
vem de baixo
tinge mesmo
faz vc olhar cada vez mais ao alto
perguntando se por que
q outras linhas de tempos teremos
todas vai o/
rizomando da raiz
desd'aLoka, Imperatriz

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Dríade II

Foucault queria zoar
com a cadeiridade da cadeira
disse zoando o veterano da História
tem tempos e tempos e tempos
fato é que hoje eu neoplatonizando
agradeço em prece a cadeira quebrada
que sento boto fé, siempre
há de aguentar

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Vista do museu

no centro cívico que tanto me viu
se viu cegueira a dar com pau
civis direitos meio ao caos
fantoches vis a direita volver

no centro cívico que tanto me viu
golfar alegrias em noites a mil
revira as tripas o cheiro de gás
ressaca que veio e não quer fenecer

no horizonte Olho providencial
não tivesse a frente amarga bruma
diria ser (caso falasse - falácias)
das tardes o eventual

sábado, 9 de maio de 2015

Autografias

marcas no cimento fresco
em estelares calçadas *
da fama da cidade
relapsos de genialidade
reclusos passantes
não ligam para fãs
no dia seguinte.

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Vecinos

en el cine
qua non
se vive
se vuelve
loca la cara
pra trás

abandonada sessão
nosso filme é um sucesso

sexta-feira, 20 de março de 2015

Ruído

aqui...

a gente se conforta
por tudo que é bárbaro
tudo que é pior que a gente
todos os seres
que fazem esse barulho contínuo
explodem à noite
espantam qualquer sorte
de solidão

quinta-feira, 19 de março de 2015

Terra da garoa em mim

pingos na lente  .
guarda-chuva na bolsa
protegendo o lado de dentro
da gente

meu sangue d'açúcar
não sai de cas'a toa

segunda-feira, 9 de março de 2015

Assunção

foi numa viagem undeground
que vislumbrei assim

Ismália
sobe as escadas
do Paraíso

Vertigo

o movimento do trem
rente quase em mim
cataventa meu labirinto

que prometo bem baixinho
tentar na minha tontura
não voar no vão do trilho

sábado, 7 de março de 2015

sábado, 28 de fevereiro de 2015

Nome aos carneiros

todos meus poemas têm nome
como filhotes, difícil chamar de qualquer
por mais bizarros que sejam
infortúnios numerológicos
são meus
(filhos, irmãos, confidentes sem parentescos)
e seus
sem agradecimentos
sem bastardos
assumo tudo e todos
até clonagem assumo
até quando pulam a cerca
e abandonam

Heresias

a Poesia, essa vadia
não que eu menos puto

metematico

vou de retro Satanás

e sou laçado novamente
assim sendo também crente

oro horrível
por mais

Extensão do Tempo

estendendo
tuas calcinhas
e pensando
em todas as vezes
em que tirarei da máquina
e extenderei

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Disforia

lunáticos ao Sol
alforria dos humores
soltos a céu aberto
contradança ciclotímica

contra óbvias receitas felizes
contra goviernos emocionais alheios
meus fluidos evoluem pelo salão
e levantam as saias de súbito

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Hegeliana

oitavante
teleologicamente
onanon
umantra
matriz
um
om

em
atriz

quespirala
roda e gira
rouba costelas de máscaras
mete a língua adentro

Rotinerário

bons dias
de vozes e humores graves
severidades se veem
num vislumbre o nublado em cima
de mim

eu acordo molhado

Turbulência

como nos desenhos
você dá passos de Cristo sobre o Abismo
completamente fisgado se pergunta

se sabe voar

de repente


revolve

Ideia de carne (viva)

selar um insight
confirmar num feito
porque quilo
pensamento viro
proteico muslo

ação que vale mais
que mil ações
em baixa

(rotação)

Santa Efigênia

de olhos de vidro
o sommelier de pequenas pedras
dá rasteiras nos passantes
e desculpa-se com espasmos
do ágil zumbi que quer leds

sábado, 10 de janeiro de 2015

Instalação

das benesses de ter jogado Tetris
ou mais virginianamente

 Dr. Mario

contemplar a louça, harmoniosa
em seu duplo carpado perfeito
encoxar a coleguinha       ))

em cada escorredor
obras de Arte efêmera
edifícios dubaianos
me fazem chegar aos céus

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Duplos deletérios

sempre um fetiche
um sonho de criança

esta vista
pro cemitério

da baia que chamo de minha
brincando de vivo morto
dizem, não sei perder bem

na divisória do lado
alter jazigo - laboral regozijo
vista de Outros também?